terça-feira, 17 de julho de 2012

Em nossas mãos



Você deve conhecer aquela história de que, se você jogar uma moeda em um determinado poço mágico e fizer um pedido, ele se tornará realidade. Pessoas fazem isso, apesar de parecer tolice. Elas se viram de costas, fecham os olhos, cruzam os dedos, pedem com força, e atiram uma moedinha de ouro em um poço profundo.


Pode ser que o desejo dessas pessoas se realizem, mas as chances de ter sido por causa da moeda jogada no poço são praticamente nulas. Mas ninguém pode julgar essas pessoas, porque todos nós fazemos o mesmo com as nossas vidas o tempo todo. Que atire a primeira moeda de ouro quem nunca abriu mão de algo precioso e verdadeiro em troca de promessas vazias, amores falsos, empregos duvidosos, quem nunca abriu mão de algo seguro em troca do incerto? 


Jogar coisas valiosas e que às vezes demoramos para conseguir dentro de um poço sem se dar conta de que aquela moeda, única, nunca vai voltar. A gente vive fazendo isso!


A verdade é que a gente nunca sabe o valor das coisas quando as temos em nossas mãos. São lindas, brilhantes, são perfeitas. São exatamente aquilo que procurávamos para nós, exatamente aquilo que nos complementa. Mas o fato de as termos faz com que nos esqueçamos de como elas vieram parar aqui. E não foi fácil. Foi necessário tempo, anos de dor e decepções até a gente encontrar o que estava procurando. E então, em um momento de descuido, em um minuto de indiferença e orgulho, nós perdemos: o tempo, as pessoas, o amor verdadeiro, as amizades insubstituíveis, as oportunidades únicas, a felicidade.

Depois que perdemos as coisas, nós as observamos em fotos antigas, tentamos enxergar lá no fundo do poço, e só então percebemos o quanto eram importantes: quando não as temos mais. E o que podemos fazer quando uma oportunidade se foi, quando uma pessoa seguiu sem a gente, quando o amor verdadeiro passou pelos nossos olhos e a gente nem deu atenção?

Nós achamos que vamos ter uma segunda chance, que se pode abusar da sorte, que dá pra consertar os erros que cometemos. Mas, na maioria das vezes, nós só temos uma oportunidade para aproveitar o que nos foi dado, para nos sentir gratos por isso e não deixar escapar aquilo que é tão precioso, raro, insubstituível. Às vezes, a gente só tem uma moeda. E perdê-la para um poço muito fundo muitas vezes é irreversível.

2 comentários:

Willian disse...

achei legal o ponto de vista sobre a moeda jogada >< normalmente é sempre sobre o desejo, se vai ou não se realizar, que discutem quando o assunto é o tal poço e o pedacinho de metal reluzente. e bem colocado a enfaze na sua importância ^^

Maria Célia disse...

Ei Bruno
Como você mesmo disse: - que atire a primeira pedra quem nunca abriu mão de algo seguro em troca do incerto.
Super verdadeiro.
Beijo.

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