sábado, 28 de setembro de 2013

You blow my mind

O que caracteriza uma explosão? Segundo a Wikipedia, explosão é um processo em que ocorre um súbito aumento de volume e uma grande liberação de energia. A pressão aumenta de repente e tudo vai aos ares. Quando um corpo se torna pequeno demais para seu conteúdo, quando o que está armazenado decide aumentar consideravelmente, de forma que mal consegue se mover dentro do corpo e ao mesmo tempo é exatamente o que deseja fazer, mexer-se com muita rapidez, ele explode.

O corpo humano é um sistema pressurizado. Quando essa pressão aumenta subitamente e o volume de tudo que estamos armazenando durante muito tempo cresce, nós explodimos. Toda a sanidade que estávamos tentando cultivar cai por terra e é como se nossos impulsos mais ferozes tomassem o controle: bum! Em um segundo, o que antes parecia um cenário de paz e sensatez se transforma em um belo desastre.

Não dá para saber exatamente em que momento uma explosão vai acontecer, e muito menos o que vai causá-la. Pode ser qualquer coisa, qualquer faísca minúscula que coloca tudo aos ares. Uma briga com a família, com o namorado, com o chefe. Uma palavra em ordem desfavorável ao seu sentido. Uma mensagem com o que você não queria ler. Um congestionamento, uma chamada à cobrar, uma discussão com um vizinho. Uma nota baixa, um saldo bancário, uma notícia ruim. Um copo de vodka com suco. O que importa é que, quando uma explosão acontece, nada está seguro; por menor que tenha sido sua causa, os danos são enormes de qualquer jeito.

Quando algo - ou alguém - explode, tudo ao redor acaba indo junto, se ferindo, quebrando. Talvez, por isso, seja mais sensato ler as placas de advertência. "Perigo! Pode explodir a qualquer momento!" ou "Apenas me deixe em paz." Porque independente de palavras amigas ou água fria, uma coisa é certa: toda explosão causa danos. Rompe cordas e fibras. Faz qualquer coisa estável se tornar frágil.

Mas, contrariando qualquer lógica, explodir talvez seja a única forma de continuar inteiro. De expulsar o volume excedente e continuar respirando.

O bom das explosões é poder olhar em volta depois. Poder procurar nos escombros e ver o que, mesmo após o impacto, foi sólido o bastante para permanecer de pé. O que, mesmo com toda a destruição e os danos causados, foi forte o bastante para continuar vivo.

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