sábado, 2 de março de 2013

Eu quero acreditar

Não parece que é de verdade. Ainda tem uma camiseta sua na minha gaveta, e seu cartão de Valentine's Day ainda está guardado no meu armário. Seus presentes estão expostos na minha prateleira de livros, sua voz ainda vibra nos meus ouvidos, e eu finjo que você está dentro do meu carro, venho o caminho inteiro conversando com um banco vazio. Por um minuto, pareceu real, até que eu tive que fazer uma curva e olhar para meu lado direito.

É difícil acreditar que você foi embora. Que pegou todos os nossos planos e as nossas memórias e enfiou em algum lugar que eu não sei onde é, não se importou em pedir minha opinião, não se deu ao trabalho de olhar para elas com carinho, não pensou, sequer entendeu. É isso, a gente terminou, eu fico repetindo pra mim o tempo todo, obrigando meu cérebro a processar a informação, tentando enfiar essa dose horrível de realidade goela abaixo. E isso revira meu estômago, e eu fico doente de verdade.

Tudo está aqui como era antes, e eu acordei hoje sabendo que era uma manhã daquelas em que você estava aqui, deitado na minha cama, dormindo silenciosamente, coberto mesmo estando calor. Nada mudou, você só levou você mesmo embora, o resto está aqui, pendurado, exposto, emitindo sons, sangrando.

Você me pediu para ter forças e respirar fundo. Prometeu que eu ia ficar bem. E eu quero acreditar. Quero acreditar que eu vou te esquecer, que minha vida vai voltar ao normal, mesmo com um buraco em várias partes dela. Quero acreditar que a gente acabou, mesmo, que você foi embora e me deixou aqui, atônito, chocado. Eu quero acreditar nisso.

Mas eu não consigo acreditar em você.

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Atualização, 03/03/2013, 11:50 AM:
Acreditei, e deixei ir.

Um comentário:

Dani disse...

Términos são mesmo tristes, e por mais clichê que seja, o tempo realmente cura essas dores.

Beijos

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