segunda-feira, 28 de julho de 2014

Alguns infinitos...


Se o tempo na sua cidade não estiver nublado como está na minha agora, e se não houver tanta poluição no caminho entre o céu e a sua casa, quando você olhar pra cima, haverá dezenas de pontinhos azuis no meio da escuridão, e nós chamamos esses pontinhos de estrelas. Alguns são planetas, outros galáxias, na dúvida, dizemos que são estrelas. Mas o que você vê é apenas uma fração quase insignificante do número de estrelas no Universo. O número mais aceitável é 70 sextilhões. Consegue imaginar um número tão grande de qualquer coisa? É demais para o nosso entendimento.

Vivemos em um Universo provavelmente infinito. Isso significa que as possibilidades que você tinha de ter nascido em outro lugar também são infinitas. Mesmo assim, aqui está você, em uma dessas numerosas estrelas. Descendo aqui na Terra, temos outros números gigantes. Sabe há quanto tempo ela existe? Cerca de 4,5 bilhões de anos. Sabe quantas pessoas já passaram por aqui? Não é um número preciso, obviamente, mas a estimativa é de mais de cento e seis bilhões. E isso falando de seres humanos - a Terra abriga cerca de 8,7 bilhões de espécies diferentes.

No meio de tantos números, a gente acaba se perdendo. Não nos damos conta de um fato incrível, quase impossível: você está exatamente aonde deveria estar. Você nasceu neste planeta dentro da família que você tem, faz parte desta espécie, mora na sua cidade, conhece as pessoas que conhece, vive nesta época, neste ano, neste dia. E aí, você conhece alguém.

Quando você conhece alguém, pode-se chamar isso de milagre. Já parou para pensar nisso? Essa pessoa poderia estar em bilhões de lugares diferentes, vivendo milhares de anos antes de você, a milhões de quilômetros, e ela poderia até mesmo não ser uma pessoa! Mesmo assim, ela tinha uma vida, ela nasceu aqui, ela passou por diversas coisas na vida, até que seus caminhos se cruzaram. Quais as possibilidades? Ok, não vou te encher com mais números, mas acredite: são infinitas.

Algumas pessoas chamariam isso de destino, mas não sou muito adepto da ideia de que as coisas estão determinadas a acontecer e de que tudo acontece por uma razão. Se fosse simples assim, não precisaríamos fazer nada da vida - apenas nos sentaríamos e esperaríamos por tudo acontecer. Mas acredito que o destino seja completamente mutável, uma mistura de acaso e circunstância. O destino muda a cada segundo: cada decisão que tomamos, cada resposta que damos, cada renúncia que decidimos fazer - tudo que você vive serve para riscar seu caminho em um mapa infinito do espaço e do tempo. E todas as coisas que acontecem, aconteceram e vão acontecer na sua vida, são milagres por definição, pela infinidade de possibilidades existentes em um Universo infinito.

Na próxima vez que olhar para o céu e ver as estrelas, tenha isso em mente. Sua vida é uma bênção. As pessoas que você conhece são raras. Seus problemas são apenas grãos de poeira cósmica. Seus medos praticamente não existem. E, considerando tudo isso, nada é impossível. Nem seus sonhos mais profundos, nem seus planos mais loucos, nem seus desejos mais intrínsecos: nada. Nada nesse Universo. Acredite. Nada mesmo.

3 comentários:

Vanessa disse...

Clap clap clap (palmas). É o que me resta já que palavras me faltam! ^^

Carol Russo S disse...

Realmente, Bruno, concordo com a Vanessa. Não existem palavras para descrever o teu texto. Gostei muito, verdadeiramente.

Vitor Costa disse...

Gostei muito do seu texto, principalmente do último parágrafo. É tudo uma questão de ponto de vista, uns preferem se enxergar como vítimas das circunstâncias e da sociedade, e outros, como você, preferem ver a insignificância das nossas reclamações diante da dádiva da existência.

Eu prefiro essa visão holística da vida, de cima para baixo.

O Mundo Em Cenas

Abraço

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