terça-feira, 29 de abril de 2014

Marte

Há essa estrela vermelha no céu, que me fascina tanto quanto me assombra. É longe, e eu poderia me transportar para lá na velocidade da luz, se dependesse de mim. E me desprenderia de tudo isso que me acorrenta a uma gravidade duvidosa. Aceitaria o nada, a areia, as rochas como uma bênção. Ouviria o eco do meu próprio coração bater, e basta. Nada que vai para Marte volta, porque custa caro, e eu também não voltaria. Querem colonizá-lo, ouvi dizer. Ainda dá tempo de fazer a inscrição?

Mas Marte passa rápido por mim. Em poucas horas, cruzou o céu e me deixou aqui. Aqui onde é longe. Aqui onde é frio. Aqui onde não há para onde ir.

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