quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O gato na caixa


Imagine que você tem uma caixa. Ela não é transparente, mas você sabe que dentro dela há um gato. Junto com o gato, um dispositivo que, se acionado, quebra um frasco de veneno, que mataria o bichinho. No entanto, o sistema pode não ser acionado, e o gato permaneceria vivo. Depois de algum tempo, o animal está, simultaneamente, vivo e morto.

Esse é um experimento de mecânica quântica conhecida como "o gato de Schrödinger" e eu, felizmente, ainda não cheguei a um nível tão grave de loucura a ponto de entendê-lo completamente, mas há uma linha desse experimento mental que vale a pena ser citado: a única forma de saber se o gato está vivo ou morto é abrindo a caixa, e fazendo isso, alteraremos todas as probabilidades do estado do gato.

Quem nunca se viu diante de situações em que a única maneira de mudar o curso do acaso seria tomando uma atitude, uma decisão? Podemos passar a vida nos perguntando o que há dentro da caixa, ou temendo o que há atrás da porta da sala, ou nos preocupando com o que pode acontecer se apenas tentássemos descobrir. Porque é bom quando as probabilidades de algo bom são tão boas quanto as possibilidades de algo ruim. Um namoro pode ou não dar certo. Um emprego pode trazer coisas boas, ou te fazer perder tempo. Uma ligação que você faz para alguém pode ser humilhante, ou... pode mudar sua vida. A dúvida, que é massacrante para alguns, pode ser uma dádiva para outros: ter ambas as possibilidades nas mãos é melhor do que ter apenas uma ruim revelada. "Ignorância é bênção."

Mas, uma hora, é preciso descobrir o que o acaso (ou seja lá como você queira chamar a força - física ou não - que nos coloca exatamente onde devemos estar) decidiu para nós. Rasgar o envelope, abrir a porta, discar o número, destapar a caixa. É assim que descobrimos quais são os resultados reais das nossas probabilidades, e quais delas são apenas teorias.

Um gato em uma caixa, um exame médico, o resultado de um vestibular, a resposta de uma pessoa. Somos todos experimentos do acaso, da incerteza, do universo quântico. Vivo ou morto? Sim ou não? Com ou sem? A única forma de saber é abrindo a caixa... ou seja lá o que esteja escondendo a resposta.

2 comentários:

Dani disse...

Que legal seu post (:
Mecânica quântica é pra confundir a cabeça mesmo. rs
Abrir ou não a caixa? Essa é mesmo uma grande dúvida, conheço pessoas que abriria a caixa para deixar acontecer o que tem que acontecer de uma vez, já outras (como eu) pensa 1000 vezes antes de abrir a caixa e por vezes não abre, se pensar demais é bom ou ruim eu não sei, mas após aberta temos que estar prontos para as consequências que essa escolha vai trazer.
Beijos

Diego disse...

Genial!

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