quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Irresponsáveis

É uma frase tão famosa que se tornou clichê. É um trecho de um dos livros mais adoráveis que eu já tive a oportunidade de ler (nem preciso citar qual é). E foi uma das frases que eu mais admirava até dias atrás, quando li um texto da Martha Medeiros que fala sobre essa citação.

Soa bonito, mesmo. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Mas soa bonito quando é usado como autodefesa, quando você diz isso ou escreve nos seus status de redes sociais direcionado a alguém. "Seu irresponsável, me cativastes e deste no pé, tu te tornas responsável por aquilo que cativas, não sabes disso não?" E aí a gente sai por aí, os donos da dor.

Só que nem sempre é assim. Quando os responsáveis por algum cativado somos nós, a gente vê que não é tão poético e agradável. Nós cometemos erros, na maior parte do tempo. Dissemos coisas que nunca queríamos ter dito. Temos atitudes inadequadas e involuntárias, até. Somos irresponsáveis, mesmo sem querer. Fazemos pessoas que nos amam, e que amamos também, chorar.

Infelizmente não é algo que está em nossas mãos mudar. Enquanto seres humanos, estamos todos sujeitos a cometer erros, a pisar na bola. E isso não faz de nós monstros, isso não significa que não nos importamos com os sentimentos das pessoas, não quer dizer que não queríamos muito poder evitar essas feridas que a gente cria nos outros. Significa apenas que não dá pra ser sempre correto e que ninguém merece ser excomungado pelo próprio Saint-Exupéry o tempo todo.

Fica aqui o meu pedido de desculpas a mim mesmo e a todos aqueles que já chamei, mesmo que mentalmente, de irresponsáveis.

Um comentário:

Adna Martins disse...

Eu acho que você sente o que as pessoas precisam ler,e vai lá, vem aqui e escreve.

Meu Deus, por esses dias eu falei até com uma amiga sobre isso, que ás vezes criamos tumores na alma de alguém com nosso olhar de desprezo, e provocamos lágrimas escondidas com nossas palavras sem compaixão. Mas mesmo parencendo ser maldade, não foi por mal.

Aí vem você, da maneira mais terna, dizer que:
Enquanto seres humanos, estamos todos sujeitos a cometer erros, a pisar na bola. E isso não faz de nós monstros, isso não significa que não nos importamos com os sentimentos das pessoas, não quer dizer que não queríamos muito poder evitar essas feridas que a gente cria nos outros.

E vem o pedido de desculpas
que soa com amor.

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