sábado, 22 de outubro de 2011

"All We Can do is Keep Breathing"*

Todas as pessoas que querem nosso bem querem nos ver lutar por algo. Nossos pais querem nos ver lutando por um futuro. Nossos amigos querem que lutemos pela felicidade.
Lutar é humano, ou mais do que isso -- é biológico. Estamos lutando pela nossa sobrevivência o tempo todo.
Mas, às vezes, lutar exige forças que você descobre que não tem. Exige um tempo que você não tem a perder.
E, às vezes, alguns tipos de lutas são mais do que podemos suportar. Porque são lutas contra nossa própria mente. Contra nossos fantasmas e medos. Contra nosso cérebro e nossos nervos. Contra nosso presente, nosso futuro e, principalmente, contra nosso passado. É difícil lutar quando nosso objeto de luta somos nós mesmos. Porque lutar nem sempre significa ganhar. Muitas vezes, lutar significa perder algo, abrir mão de caminhos, de pedaços daquilo que compõe o que somos. Às vezes, lutar contra uma dor significa encontrar outras. Significa arranjar feridas incuráveis e cicatrizes eternas. Significa sofrer amputações necessárias e dolorosas.
Então simplesmente nos deitamos para observar o sol nascer e se pôr, sem lutar por nada. Deixamos que a correnteza nos afunde na água fria de um oceano de dúvidas, inseguranças e medos. Essa, às vezes, é uma boa forma de lutar: deixando estar. Porque, querendo ou não, estamos lutando por nós mesmos e pela vida enquanto estamos respirando.














*(O título é um trecho da canção "Keep Breathing", de Ingrid Michaelson)

2 comentários:

Adna Martins disse...

Eu tenho a impressão de que sempre estarei aqui, batendo palmas e assoviando alto para teus sentimentos, tuas renuncias, lutas e conquistas.


Então simplesmente nos deitamos para observar o sol nascer e se pôr...

di sanches disse...

Curti o texto, um pouco triste só. Mas todos tem uns dias sombrios. Vê se aparece, ok?

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